Tipo de contrato cooperado: saiba como funciona e em que se difere dos modelos CLT e PJ 

tipo de contrato cooperado

No mundo dinâmico do trabalho moderno, diversas formas de contratação surgem para atender às necessidades de profissionais e empresas. Uma delas é o tipo de contrato cooperado, que oferece uma alternativa interessante tanto para trabalhadores quanto para empregadores, já que promove a colaboração, a autonomia e a flexibilidade, respondendo às demandas de um mercado em constante evolução.  

O que é tipo de contrato cooperado? 

O tipo de contrato cooperado é um acordo de trabalho no qual o profissional se torna membro de uma cooperativa, prestando serviços de maneira conjunta com outros cooperados, de modo autônomo e colaborativo, sem vínculo empregatício direto com as empresas contratantes. Neste modelo, cabe à cooperativa organizar e gerenciar os serviços prestados, distribuindo tarefas e benefícios entre seus membros. 

Nesse contexto, os cooperados trabalham como autônomos, mas com o suporte de uma organização que facilita a gestão de contratos e pagamentos. Esse arranjo permite que os profissionais mantenham sua independência enquanto desfrutam dos benefícios da cooperação, como acesso a oportunidades de trabalho, divisão de custos operacionais e suporte administrativo. 

Esta modalidade de contrato é especialmente útil em setores nos quais a demanda por serviços pode variar significativamente, como na construção civil, na agricultura e em áreas de prestação de serviços especializados. Afinal, ela oferece uma maneira flexível e eficiente de organizar o trabalho, beneficiando tanto os profissionais quanto as empresas contratantes. 

Quais as diferenças entre os tipos de contratos cooperado, CLT e PJ? 

Existem várias diferenças significativas entre os tipos de contratos cooperado, CLT e PJ. Cada um desses modelos de contratação tem características específicas que impactam diretamente na relação de trabalho, nos direitos e nas responsabilidades dos envolvidos, como veremos na sequência: 

Contrato cooperado 

Como adiantamos, nesta modalidade, o profissional se torna membro de uma cooperativa, que é uma associação de pessoas que se unem para prestar serviços em conjunto. E a cooperativa, por sua vez, fornece os serviços de seus membros a terceiros. 

Como exemplo, pense em uma cooperativa de tradutores que reúne diversos profissionais do setor. Cada tradutor mantém sua autonomia, podendo aceitar ou recusar projetos conforme sua disponibilidade e interesse. A cooperativa, então, negocia contratos com empresas que precisam de serviços de tradução, gerencia os pagamentos e garante que os cooperados recebam de forma justa pelo trabalho realizado.  

Os cooperados não têm vínculo empregatício com as empresas contratantes e, portanto, não são beneficiados pelas garantias trabalhistas típicas de um contrato CLT, como 13º salário, FGTS e férias. No entanto, eles têm participação nos resultados da cooperativa e autonomia na execução de suas atividades. 

Contrato CLT 

O contrato CLT, que é baseado na Consolidação das Leis do Trabalho, é o modelo mais tradicional de contratação de trabalhadores no Brasil e prevê um vínculo empregatício direto entre o empregador e o empregado. Aqui, os trabalhadores contratados têm uma série de direitos garantidos pela legislação trabalhista, como salário fixo, 13º salário, férias remuneradas, FGTS e seguro-desemprego.  

Em linhas gerais, este modelo oferece maior segurança e estabilidade ao trabalhador, mas também implica em maiores custos e responsabilidades para o empregador, que deve arcar com todos os encargos trabalhistas e previdenciários. 

Contrato PJ 

O contrato PJ (pessoa jurídica) é uma modalidade na qual o profissional é contratado como uma empresa, não como um empregado. Nesse modelo, o trabalhador abre um CNPJ (geralmente MEI ou EPP) e presta serviços para outra empresa como um fornecedor. Não há vínculo empregatício direto, o que significa que o profissional não tem acesso a benefícios trabalhistas tradicionais, como 13º salário, FGTS e férias remuneradas.  

E cabe a ele gerir suas obrigações fiscais e previdenciárias, incluindo a emissão de notas fiscais, pagamentos de tributos e contribuições para a Previdência Social como autônomo. Em contrapartida, o profissional PJ tem a vantagem de negociar diretamente seus honorários, ter maior autonomia sobre sua carga de trabalho e a possibilidade de deduzir despesas operacionais do Imposto de Renda.  

Quais são as vantagens do tipo de contrato cooperado? 

O tipo de contrato cooperado apresenta diversas vantagens, tanto para os profissionais quanto para as empresas contratantes. Primeiramente, um dos grandes benefícios para os cooperados é a autonomia.  

Isso porque, neste modelo, os profissionais têm maior liberdade para organizar seu tempo e a forma de execução de suas atividades, podendo escolher quais trabalhos aceitar e adaptar sua carga horária conforme seus interesses e necessidades pessoais.  

Depois, a participação nos resultados é outra vantagem significativa. Diferentemente do vínculo empregatício tradicional, em que o trabalhador recebe um salário fixo, os cooperados têm direito a uma parte dos lucros gerados pela cooperativa — o que pode gerar ganhos mais elevados, especialmente se houver uma boa demanda por seus serviços. 

Sem esquecer que, para as empresas, pode ser mais econômico contratar cooperados do que empregados celetistas, já que, neste tipo de contrato, não precisam arcar com encargos trabalhistas e previdenciários. Aliás, essa economia é especialmente vantajosa em setores que demandam mão de obra sazonal ou esporádica. 

Outro benefício importante é o fortalecimento do cooperativismo. A adesão a uma cooperativa promove o espírito de cooperação entre os membros, proporcionando um ambiente de trabalho mais colaborativo e menos hierárquico, o que pode ser mais satisfatório e motivador. Assim, a união de esforços e a partilha dos resultados criam uma dinâmica de trabalho mais justa e democrática, em que todos se beneficiam do sucesso coletivo. 

Por fim, o modelo cooperado também oferece uma segurança adicional aos trabalhadores que não possuem um vínculo empregatício formal, formando uma rede de apoio e benefícios coletivos que podem incluir planos de saúde, cursos de capacitação e outras vantagens negociadas pela cooperativa. 

Principais cuidados ao firmar um tipo de contrato cooperado 

Apesar de todas as vantagens, é importante ficar atento a alguns cuidados ao optar por um tipo de contrato cooperado para garantir que a relação de trabalho seja justa e legal. Anote aí: 

  • Verificação da legalidade da cooperativa: antes de se associar a uma cooperativa, é essencial verificar se ela está devidamente registrada e regularizada conforme a legislação vigente. Isso inclui confirmar se ela segue as normas da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e se possui um estatuto claro e transparente. 
  • Transparência nas relações: é fundamental que a cooperativa mantenha uma relação transparente com seus cooperados, fornecendo informações claras sobre a distribuição dos resultados, as despesas operacionais e os critérios de admissão e exclusão de membros. Essa transparência ajuda a evitar conflitos e garante que todos os cooperados estejam cientes dos seus direitos e deveres. 
  • Gestão financeira e tributária: os cooperados são responsáveis pela gestão dos seus próprios impostos e contribuições previdenciárias. E é importante que os profissionais estejam cientes dessa responsabilidade e planejem adequadamente suas finanças para evitar problemas futuros com o Fisco e a Previdência Social. 
  • Clareza contratual: ao firmar um contrato cooperado, é crucial que todas as cláusulas estejam claramente definidas, especificando os direitos e deveres de ambas as partes, as condições de prestação de serviços, a forma de pagamento e as condições para a rescisão do contrato. Isso evita mal-entendidos e garante que a relação de trabalho seja conduzida corretamente. 

E por falar em cuidados, nunca é demais reforçar a importância de ficar atento a todos os detalhes na hora de elaborar os contratos empresariais no dia a dia do seu escritório ou empresa. Para auxiliá-lo, disponibilizamos 30 modelos de minuta que podem ser baixados gratuitamente. Utilize-os para agilizar suas operações e garantir que seus documentos estejam sempre completos: 

Perguntas frequentes 

O que significa tipo de contrato cooperado? 

O tipo de contrato cooperado é um acordo no qual o profissional se torna membro de uma cooperativa e presta serviços em conjunto com outros cooperados, de forma autônoma e colaborativa, sem vínculo empregatício direto com as empresas contratantes. 

Qual a diferença entre CLT e contrato cooperado? 

A principal diferença é que no contrato CLT há vínculo empregatício direto com a empresa, garantindo direitos trabalhistas como 13º salário e FGTS ao trabalhador, enquanto no contrato cooperado o profissional é autônomo e não tem esses direitos, mas participa dos resultados da cooperativa

Quais são as vantagens do contrato cooperado? 

As vantagens do contrato cooperado incluem maior autonomia e flexibilidade na organização do trabalho, participação nos resultados da cooperativa, redução de custos para as empresas contratantes e fortalecimento do cooperativismo, proporcionando um ambiente de trabalho mais colaborativo e menos hierárquico. 

Conclusão 

No cenário dinâmico de trabalho atual, entender as diferentes formas de contratação, como os contratos cooperado, CLT e PJ, é essencial para empresas e profissionais. O contrato cooperado, em particular, oferece uma combinação atraente de autonomia e colaboração, sendo uma solução eficiente para setores com demandas variáveis. 

Contudo, a escolha do tipo de contrato deve ser cuidadosa e baseada em uma avaliação detalhada das necessidades e objetivos de cada parte. Portanto, um documento bem elaborado é fundamental para estabelecer uma relação de trabalho produtiva, justa e conforme a legislação, garantindo a segurança e a satisfação de todos os envolvidos. 

Tiago Fachini

Tiago Fachini

Mais de 300 mil ouvidas no JurisCast. Mais de 1.200 artigos publicados no blog da Projuris. Especialista em Marketing Jurídico. Palestrante, professor e um apaixonado por um mundo jurídico cada vez mais inteligente e eficiente. Siga @tiagofachini no Youtube, Instagram, Linkedin e Twitter.
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